Translate

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Com essa tecnologia, poderemos chegar a Marte em 3 dias

O espaço é grande, como você já sabe. Logo, leva muito tempo para se locomover nele. Para chegar na lua, demora apenas cerca de três dias, o que não é ruim.

Já Marte é outra história. Com os métodos atuais de propulsão de foguetes, uma viagem ao Planeta Vermelho demora cerca de cinco meses.

Agora, uma equipe de cientistas da NASA, liderada por Philip Lubin, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, nos EUA, está estudando um meio diferente de viajar pelo espaço que não requer nada além de um feixe de luz.

Chamado de “propulsão fotônica”, ele exige pouco mais do que uma vela solar de material ultraleve, empurrada pela energia irradiada de uma matriz de laser orbital.

DEEP-IN

A equipe de Lubin recebeu um investimento de US$ 100.000 para iniciar a fase de planejamento e teste do projeto.

Ele está sendo chamado de Directed Energy Propulsion for Interstellar Exploration (Propulsão Energética Dirigida para a Exploração Interstelar, em português), ou DEEP-IN.

A ideia é juntar uma pequena sonda a uma vela solar, orbitar uma matriz de laser, e empurrar a sonda em direção ao seu destino a velocidades muito superiores a qualquer coisa que possamos alcançar nestes dias.

Lubin estima que uma sonda pesando poucas centenas de quilos poderia ser acelerada para Marte usando este método em apenas três dias. Escalando a tecnologia para naves tripuladas, poderíamos chegar em terras marcianas em um mês.

Inovações

Existem várias pesquisas sobre métodos de propulsão para nos ajudar a chegar em Marte mais rápido.

Um método promissor é o propulsor nuclear VASIMR, que abre a possibilidade de uma viagem ao Planeta Vermelho em apenas 40 dias. A tecnologia ainda está em desenvolvimento e apresenta alguns desafios, principalmente a construção de um reator nuclear capaz de alimentar o conjunto de motores.

Outras ideias menos prováveis já foram discutidas, incluindo o conceito de Solar Express de Charles Bombardier, um tanto fantasioso, que poderia teoricamente alcançar algo como 1% da velocidade da luz.

O motor “impossível” EM drive é outro que faz manchetes com frequência, embora necessite de uma violação significativa das leis da física.

A propulsão fotônica parece uma das melhores opções que temos atualmente. Se a tecnologia puder ser ampliada para suportar os rigores de viagens espaciais frequentes, pode ser nossa melhor esperança para colonizar o sistema solar. [Futurism]

BEM ESTAR Anvisa aprova registro de remédio à base de maconha pela 1ª vez no Brasil


Anvisa aprova registro de remédio à base de maconha pela 1ª vez no Brasil.

Mevatyl é indicado a adultos com espasticidade (rigidez muscular excessiva) relacionada à esclerose múltipla. Droga já é aprovada em 28 países.


A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou um medicamento à base de maconha para tratar espasticidade - rigidez excessiva dos músculos - em pacientes com esclerose múltipla. Trata-se do primeiro medicamento à base de Cannabis sativa aprovado no Brasil.
Com o nome comercial Mevatyl, o medicamento contém tetraidrocanabinol (THC) em concentração de 27 mg/mL e canabidiol (CBD) em concentração de 25 mg/mL. A droga já é aprovada em outros 28 países, incluindo Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Dinamarca, Suécia, Suíça e Israel, onde é conhecido por Sativex.
O medicamento é indicado para pacientes adultos com espasticidade de grave a moderada relacionada à esclerose múltipla que não respondam a outros medicamentos e que demonstrem uma boa resposta ao Mevatyl após um período inicial de tratamento.
A Anvisa alerta que o medicamento não é indicado para tratar epilepsia nem pode ser consumido por pessoas com menos de 18 anos. Até então, aAnvisa somente liberava a importação de medicamentos à base de Cannabis sativa comprados em outros países, mas não havia um produto dessa categoria com registro no país.

Próximos passos

A partir do registro do medicamento pela Anvisa, é necessário aguardar a determinação do preço do produto pelo Comitê Técnico Executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão coordenado pela Anvisa e composto por representantes dos ministérios da Fazenda, Saúde, Justiça, Desenvolvimento e Casa Civil. Só após essa definição é que o medicamento poderá começar a ser vendido no país.
Ele será fabricado pela GW Pharma Limited, do Reino Unido, e distribuído no Brasil pela empresa Beaufour Ipsen Farmacêutica.
Fonte; G1

Acusado de sonegação, Neymar tenta evitar multa milionária em Brasília

Acusado de sonegação, Neymar tenta evitar multa milionária em Brasília.

Os advogados de Neymar tentarão quinta-feira (19/1), em Brasília, no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), livrar o atacante do pagamento de R$ 188 milhões em multas e impostos. Em processo aberto no ano passado, o jogador do Barcelona será julgado pelo órgão. Neymar é acusado de sonegação, mas não admite a dívida com a Receita Federal e, por isso, resolveu recorrer ao Carf.

O atacante possui dois processos em andamento no Carf, órgão responsável por julgar autuações aplicadas pela Receita Federal. É a segunda e última cartada de Neymar na esfera administrativa. Na Justiça, o desembargador Carlos Muta, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, já determinou o bloqueio de R$ 188 milhões de Neymar e das empresas da família.

A acusação é de que o atacante não teria feito o pagamento de imposto de renda na pessoa física referente a valores que recebeu de seus patrocinadores. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Altamiro Lopes Bezerra, CEO da NR Sports, empresa que gerencia a carreira do jogador, critica a cobrança feita pela Receita Federal.

“A atividade profissional do Neymar é ser jogador de futebol. É nisso que ele tem de ser tributado como pessoa física. Os contratos de publicidade são referentes à imagem dele. Por isso, a tributação é outra”, diz.

Para a Receita Federal, no entanto, as empresas foram criadas pela família do jogador para que ele pagasse menos impostos. Na pessoa física, a tributação é de 27,5% do total de rendimentos. Já as empresas pagam entre 15% e 27,5%.

Neymar não consta como sócio nas empresas que teriam recebido os pagamentos efetuados pelos patrocinadores do jogador. Os donos são seus pais Neymar e Nadine.

Para a Receita, o jogador declarou como direito de imagem o que seria, na verdade, seus vencimentos como salário. Neymar teria sonegado impostos de 2011 a 2013, período que em que defendeu o Santos e que inclui a negociação da sua transferência para o Barcelona.

Por questionar a cobrança da dívida com a Receita Federal, Neymar entrou com um processo no Carf em abril do ano passado. A relatora do caso é Bianca Felicia Rothschild. Como no caso do jogador do Barcelona há indícios de crime contra a ordem tributária, a ação movida por Neymar teve prioridade e a tramitação foi acelerada.

Pagamos corretamente todos os impostos. Não devemos um centavo e temos os comprovantes"

Altamiro Lopes Bezerra, CEO da NR Sports

Devido à tramitação do processo no Carf, o juiz Mateus Castelo Branco, da 5.ª Vara Federal de Santos, rejeitou denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o jogador por sonegação fiscal e falsidade ideológica. O magistrado espera o esgotamento das discussões na esfera administrativa e o julgamento no Carf para decidir se abre ou não ação na Justiça contra Neymar e seu pai.

Histórico desfavorável

O atacante não é o primeiro atleta de destaque a recorrer ao Carf para se defender da acusação de sonegação de impostos. No ano passado, o ex-tenista Gustavo Kuerten apresentou pessoalmente a sua defesa ao conselho para justificar que a empresa constituída com seu irmão Rafael tinha como objetivo gerenciar a sua carreira e seus direitos de imagem, e não pagar menos impostos.

O tribunal entendeu que a exploração da imagem de um atleta tem de ser feita pela pessoa física e vê irregularidade em empresas que recebem valores relacionados a patrocinadores. O caso de Neymar é semelhante ao de Guga.

domingo, 15 de janeiro de 2017

Saque do FGTS traz grande risco para o trabalhador

Saque do FGTS traz grande risco para o trabalhador

Conforme divulgado pelo Governo Federal, em dezembro de 2016, os trabalhadores de todo o País poderão sacar todo o saldo de suas contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), sem a necessidade de usar esse dinheiro para quitar dívidas bancárias, visando a injeção de R$ 30 bilhões na economia. Os trabalhadores que fazem aniversário em janeiro, e estão com saldo nas contas inativas do FGTS, devem começar a sacar os recursos a partir do mês que vem. Mas, para não colocar em risco a sua reserva financeira para demissão e aposentadoria, o trabalhador precisa ser orientado, segundo a Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).

O presidente da entidade, Reinaldo Domingos – que também é doutor em Educação Financeira – aponta que o objetivo da medida anunciada é que os valores sejam usados para quitar dívidas, mas não haverá vinculação, portanto é imprescindível discutir a importância de preservar as garantias para o futuro. “Considerando que a grande maioria dos brasileiros não poupa dinheiro, o FGTS força o trabalhador a ter uma reserva e estar minimamente precavido para imprevistos”, avalia. A previsão do Governo é que cerca de 10,2 milhões de pessoas possam fazer saques em suas contas do FGTS inativas até 31 de dezembro de 2015.

Agravamento

Na visão do especialista, essa liberação pode comprometer, ainda mais, a situação dos brasileiros no longo prazo, gerando maior endividamento e inadimplência, “problemas seríssimos em nosso País, agravados com o desemprego e a crítica situação econômica atual, que precisam ser resolvidos com educação financeira na base”. “Os brasileiros precisam aprender a lidar com o dinheiro de forma sustentável, desde a infância, para que consigam alcançar seus objetivos ao longo da vida com segurança financeira”, ressalta Domingos.

Na sua visão, o investimento em educação vem sendo deixado de lado, enquanto o FGTS vem sendo posto como a “salvação” dos brasileiros, já que neste ano foi disponibilizado também para ser usado como garantia em empréstimos consignados. “Ações como essas colocam a população em sério risco de perder uma importante garantia financeira – que, para muitos, é a única”, reforça o presidente da Abefin.

Para quem está inadimplente, a principal orientação é conhecer, verdadeiramente, a sua condição financeira e traçar um planejamento para sair dessa situação, como sugere Reinaldo. “Não é com pressa, trocando uma dívida por outra, que o problema irá se resolver, pelo contrário. A mudança precisa ser comportamental, a fim de eliminar costumes e hábitos que levam ao consumismo não planejado e descontrolado”, acentuou o especialista.

Saiba mais

Conforme a Caixa Econômica Federal, a sistemática de pagamento e o calendário serão divulgados no começo de fevereiro, e a ordem dos saques deve ser baseada no mês de aniversário do trabalhador. No Brasil, segundo o Conselho Curador do FGTS, há, atualmente, 18,6 milhões de contas inativas há mais de um ano, com um saldo total de R$ 41 bilhões. A estimativa é que 70% das pessoas com direito ao saque procurem a Caixa Econômica para ter acesso aos saldos das contas. De acordo com o Governo, 86% das contas inativas do FGTS têm saldo inferior a um salário mínimo – que, na época do anúncio, era de R$ 880,00.

Até agora, a regra estabelecia era que os trabalhadores com carteira assinada só podiam sacar até R$ 1 mil de contas inativas caso estivessem desempregados por pelo menos três anos ininterruptos. Contas inativas são aquelas contas do FGTS que não recebem mais depósito do empregador porque o trabalhador foi demitido ou saiu do emprego. Com a mudança, o empregado poderá retirar todo o saldo, desde que tenha saído do emprego até 31 de dezembro de 2015. O trabalhador, porém, não poderá sacar o fundo de uma conta ativa, ou seja, que esteja com dinheiro depositado pelo empregador atual. Também não terá acesso ao benefício quem pediu demissão em 2016.

Alternativas para reduzir alto nível de endividamento

Dados recentes do SPC Brasil e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) apontam que 58,3 milhões de pessoas ficaram inadimplentes em 2016. Para sair do vermelho, o educador financeiro Reinaldo Domingos (foto) traz algumas orientações que indicam como resolver o problema definitivamente. A primeira é levantar todos os valores e estabelecer uma estratégia para que continue adimplente. “Estar endividado nem sempre é um problema; o problema é quando não se consegue pagar esse compromisso”, destacou. Para os inadimplentes, antes de sair negociando, Domingos recomenda o total conhecimento da situação, registrando o que ganha e o que gasta.

Outra dica é anotar todas as despesas diárias, separado por tipo de despesas, durante os próximos 30 dias. “Esse é o caminho para que fique tudo mais claro. Somente assim poderá cortar gastos e reduzir excessos”, explica Domingos. No planejamento para pagar as dívidas, priorize as que têm os juros mais altos – geralmente são as de cartão de crédito e cheque especial, e, na hora de negociar, se for parcelar as dívidas, tenha certeza de que cabem em seu orçamento.

Antes de pagar as dívidas, é preciso reunir a família (inclusive as crianças), apresentar o problema e discutir as alternativas. “Saiba que, para pagar as dívidas atrasadas, terá que repensar o seu padrão de vida, pois a sua força de pagamento será reduzida nos próximos meses, com o início do pagamento das parcelas”, ressaltou Reinaldo. Além de pagar as dívidas, ele sugere procurar guardar dinheiro para fazer suas próximas compras à vista e obter descontos. “É preciso respeitar o dinheiro e entender que ele é um meio e não um fim”, finalizou o especialista.

Moradores do Leste de Minas estão aterrorizados com os casos de febre amarela

Ladainha – Ontem, noite de sábado, foi celebrada a missa de sétimo em intenção da alma de Gilson Rodrigues Lopes, de 38 anos, nascido e criado no distrito de Concórdia do Mucuri, a 20 quilômetros da sede do município de Ladainha, no Vale do Mucuri. Houve preces e reza do terço. Na declaração de óbito do homem, querido pela família e amigos, está escrito que a causa é “indeterminada, aguardando exames”, mas para os residentes na comunidade rural, cercada de mata fechada, o motivo não é outro: febre amarela silvestre. A doença que aterroriza a Região Leste de Minas já provocou quatro óbitos no local, o total de 16 em Lapinha e ao menos 38 no estado. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), a vacinação contra a doença continua hoje nas cidades que fazem parte da área de risco.

Na casa simples, com muitas plantas na janela e localizada a dois quilômetros do Centro do distrito, por estrada de terra, Maria dos Anjos Rodrigues Lopes, de 58, não se cansa de chorar a morte de Gilson, que ela considerava muito mais do que um filho. “Era meu companheiro de todas as horas, um amigo, um rapaz bom que gostava de ficar em casa, comigo, e sempre muito trabalhador. Não era de confusão”, diz Maria dos Anjos, mãe de seis filhos e agora amparada pelas filhas Rêuzia, Dilza e Adélia. Ao lado da casa, na comunidade do Açude, está em silêncio a marcenaria onde ele trabalhava com um dos irmãos, e, nos fundos da casa, a densa mata onde ele costumava arejar a cabeça ou ouvir o canto dos pássaros – os canários chapinhas voam em bandos neste canto do Vale do Mucuri.

Gilson não era vacinado contra a febre amarela, ao contrário dos irmãos e da mãe. “É preciso vacinar”, conta Maria dos Anjos, quase sem voz, enquanto examina a foto do filho na carteira de identidade. Sentada no sofá vermelho da sala, ela diz que os móveis foram retirados do lugar, na manhã de ontem, para que a equipe do fumacê fizesse seu serviço, com a intenção de matar os “milhões” de pernilongos que infestam a comunidade e, claro, os mosquitos Haemagogus, transmissores do vírus da febre amarela silvestre, mal de alta letalidade e atual inimigo público número um. Segundo os especialistas, os insetos são comuns em matas e vegetação existentes na beira dos rios e, quando picam um macaco doente, se tornam capazes de transmitir o vírus ao homem e a outros macacos.

As irmãs de Gilson, que era solteiro, também não escondem as lágrimas. “Nós nunca tínhamos ouvido falar em febre amarela silvestre por aqui. Nem nós, nem os mais antigos moradores. Também não imaginávamos perder um irmão tão querido dessa forma”, lamenta Adélia Rodrigues Almeida, de 40. Diante de situação tão grave, ela diz que as autoridades precisam tomar todas as providências para que ninguém mais precise passar pelo sofrimento que a família vive neste começo de ano.
Fonte; EM-Estado de Minas

Golpe milionário lesou mais de 400 pessoas na região central do Estado

O calote aplicado por um agiota abalou a economia de São Francisco de Assis, cidade de 27 mil habitantes na região central do Estado. Mais de 400 pessoas podem ter sido vítimas de um esquema que movimentou entre R$ 15 milhões e R$ 25 milhões, segundo cálculos das vítimas. A fraude foi revelada neste domingo pelo Fantástico, em reportagem da RBS TV.
Do carroceiro ao médico da cidade, os investidores aplicaram dinheiro em uma financeira de fundo de quintal que fechou as portas sem devolver os valores.
– Estava viajando e me ligaram: ó o homem fugiu, não vai pagar mais ninguém – lamenta o comerciante Aldacir Vicheti, que perdeu R$ 300 mil.
O dono da financeira é Luis Fábio Mendes Ramos, 61 anos, um ex-bancário da cidade que oferecia rendimentos acima da média de mercado. No começo, tudo ia bem. Os juros pagos por Ramos eram complemento de renda para muita gente.
– Ele pagava os juros direitinho. Todos os meses tinha aquele dinheiro – afirma a aposentada Anair Saldego Ben.
Antes de abandonar a casa e deixar a cidade em junho do ano passado, Ramos distribuía sorrisos, cumprimentava as pessoas na rua e até fazia parte de um grupo de igreja que pregava o bem entre as pessoas. Estava acima de qualquer suspeita.
– Um homem religioso, cursilhista da Igreja Católica, conhecido pela comunidade, de família tradicional e de muito respeito – diz o radialista Carlos Bisso, que perdeu R$ 80 mil.
Até familiares e o padre da cidade foram enganados, revela o aposentado César Azambuja, primo de Ramos, que investiu R$ 60 mil e perdeu tudo.
– O Luis Fábio era uma pessoa conceituada na sociedade aqui em São Francisco – afirma Azambuja, que também era cursilhista da igreja.
Ele se tornou presidente de uma espécie de associação criada pelas vítimas para tentar reaver o dinheiro. Na última semana, cerca de 130 pessoas lesadas se reuniram no CTG de São Francisco de Assis para compartilhar suas histórias. Feito pela rádio, o chamamento atraiu para o local o prefeito e o presidente da Câmara de Vereadores. Eram jovens, idosos, cadeirantes e até pessoas a cavalo lamentando as perdas financeiras.
Caso do aposentado Manoel Freitas, 78 anos, que investiu R$ 22 mil no negócio. Com os juros que recebia de Ramos, pagava os remédios e uma cuidadora para a mulher, que sofreu uma isquemia. Na chegada ao CTG, contou que vai vender o animal, meio de transporte que usa para se deslocar.
– Vou vender por causa dos remédios! Se esse homem não nos paga, não tem condições de manter nem o cavalo – contou.
Família perdeu R$ 900 mil
O maior prejuízo foi da família Jornada, que vendeu R$ 900 mil em terras e investiu tudo na financeira.
– Parte veio da minha herança, que é o campo que vendi, parte veio da minha rescisão de trabalho, 20 anos de trabalho. Fui colega dele de banco 20 anos atrás. Muito amigo, conhecia ele bastante, tinha confiança nele – conta o aposentado João Jornada.
Com o golpe à economia de São Francisco de Assis, que tinha se adaptado à ilusão criada pela financeira, estima-se que R$ 500 mil circulavam por mês no comércio da cidade, só em juros pagos por Ramos aos investidores.
– Tivemos uma diminuição de venda em virtude de tantas pessoas envolvidas nisso. Todo o comércio de São Chico, não só no nosso ramo, todo mundo teve queda nas vendas – afirma o comerciante José Airton Correa, dono de uma loja de calçados e confecções.
Por consequência, a arrecadação de impostos da prefeitura também sofreu queda. Depois de dar o calote, Ramos foi morar em Santa Maria, a 140 quilômetros de São Francisco de Assis. Lá, foi fotografado na fila de uma agência bancária. A equipe da RBS TV descobriu o endereço dele na cidade, mas ele não foi localizado.
Dois inquéritos investigam o caso. Um deles, em São Francisco de Assis, está parado porque a delegacia só tem uma policial de plantão. Os outros estão em férias ou deslocados para a operação verão. Já a Polícia Civil de Santa Maria, onde o suspeito também fez vítimas, pediu à Justiça o bloqueio de bens e a quebra de sigilo bancário de Ramos, da mulher dele e dos três filhos.
– É um volume grande de dinheiro que simplesmente desapareceu. Acreditamos que ou houve o investimento em patrimônio ou está aplicado em algum local. É o típico estelionatário – afirma o delegado Carlos Gonçalves.
Contraponto
O que diz Daniel Tonetto, advogado de Luis Fábio Mendes Ramos
Procurado, Ramos não quis gravar entrevista, mas o advogado Daniel Tonetto diz que a financeira simplesmente quebrou e nega ter havido má-fé.
– Em hipótese alguma ele organizou, ele pensou em dar golpe. Ele, infelizmente, quebrou, teve problema nos negócios e vai fazer o possível durante esse período pra ver se consegue pagar essas pessoas – alega Tonetto.